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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A evolução do Swansealona - A história por trás do sucesso!

Postado Por: Igor  |  Em:



                                                    


O toque do Swansea. Um estilo de jogo incomum por Terras de Sua Majestade. De Rodgers a Laudrup, sem esquecer Martinez.


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ualquer pessoa do globo que assista atualmente a um jogo do Swansea, não ficará indiferente ao estilo de jogo dos pupilos de Michael Laudrup, estilo esse designado de «Swansealona», por semelhança com o modelo tático do FC Barcelona, o já conhecido tiki-taka. No entanto, se recuarmos um pouco no tempo, poderemos constatar que esta filosofia não surgiu do nada, mas sim fruto de um trabalho planeado e... em condições adversas.

   Após a "Era Petty", pesadelo da década de 2000, os protestos para salvar o clube do abismo financeiro, foram surgindo. Huw Jenkins, em tempos remotos um mero empresário fã do Swansea City, de imediato tornou-se presidente do clube... perdurando até aos dias de hoje! É fruto da sua visão, garantem os adeptos galeses, que hoje o clube ocupa uma posição de destaque no futebol inglês, mais concretamente na Premier League. 
   A fevereiro de 2007, remonta o início deste ciclo, com uma escolha bastante questionável por parte de Jenkins, mas que se viria a revelar crucial para o crescimento megalómano dos Swans. Huw demite Kenny Jackett, treinador dos Jacks desde 2004, após este ter levado o clube da League Two até à League One em 2005, encontrando-se a meio da tabela desta última, aquando do seu despedimento. Este despedimento revestia-se ainda mais chocante pela contratação que viria a ser efetuada para o seu posto, de um treinador ainda sem currículo. Roberto Martinez (atual treinador do Wigan Athletic) era um antigo capitão do Swansea (representando o clube de 2003 a 2006 e realizando 122 partidas), que jogava por estes tempos, no modesto Chester City, sendo que nunca tinha experienciado uma carreira enquanto técnico. Como se isso não fosse já suficiente, ironicamente, Martinez havia sido dispensado em 2006 pelo técnico que viria agora a substituir.
                     
       

   Roberto Martinez desde logo convenceu a massa associativa do Swansea, conhecida como The Jacks, por em poucos meses, conseguir escalar incrivelmente na tabela classificativa, não conseguindo chegar mesmo aos playoff, apenas por ter saido derrotado na última jornada por 3-6 frente ao Blackpool, no Liberty Stadium (estádio do clube desde o Verão de 2005).
   "Dando o braço a torcer", os Jacks sabiam que o verdadeiro desafio viria nesta nova época, e estavam em sintonia com o novo coach da sua equipa que tinha transformado um jogo mais direto de Jackett, em uma nova filosofia que se mantém até aos dias de hoje, marcada por uma maior liberdade dos jogadores em campo e uma maior elegância no seu futebol, através de um futebol apoiado que valoriza a posse de bola e se carateriza pela constante procura de várias linhas de passe de modo a que o portador da bola tenha sempre muitas opções a quem endereçar a bola, fazendo com que os oponentes se desgastem mais rapidamente. Muitos ex-jogadores do clube já vieram a público referir que o aumento do treino com bola (pouco usual em equipas que jogam em campeonatos ingleses), foi a principal medida a facilitar este novo conceito de jogo do clube, trazido por Martinez.
   E desde logo, Martinez passou o Verão no mercado, à procura das melhores soluções para este "novo" Swansea. Àngel Rangel (atual lateral direito do clube), Jason Scotland (goleador em ligas inferiores na Escócia), Paul Anderson (emprestado pelo Liverpool), Guillem Bauza, Andrea Orlandi, Dorus de Vries e Ferrie Bodde (ex-Den Haag) foram contratações que se viriam a demonstrar acertadas, sendo que todas elas tiveram um custo baixo, pois se tratavam de jogadores vindos de ligas desconhecidas/inferiores ou por empréstimo. De referir ainda, a passagem do modelo tático 4-4-2 para o esquema 4-5-1, para atender a um novo estilo de maior posse de bola, como referido anteriormente. O objetivo foi assumido! Martinez queria subir de divisão e se possível conquistar o título da League One! Leon Britton, um dos jogadores mais elogiados do atual plantel pela sua incrível qualidade de passe (terminando a época 2011/2012 com um acerto superior a 90%), é obra de Roberto, que o adaptou de média ala para médio centro, nesta mesma época, sendo mais uma vez questionado por querer transformar um jogador com as fragilidades físicas de Britton (baixa estatura e pouca massa corporal) num box-to-box, vulgarmente designado de um médio todo terreno. Britton, o novo esquema tático, os reforços, foram alguns dos motivos que levaram o Swansea a atingir o tão desejado objetivo de subir ao Championship!
   Subindo ao segundo escalão máximo do futebol inglês, o Swansea via a imprensa desacreditar naquilo que o clube poderia fazer nesta divisão, apontando as previsões para a descida de divisão e respetivo regresso àLeague One. Bodde, que viria a revelar-se uma das contratações da época passada pela presença que tinha no meio-campo, viria a sofrer um lesão cruel que o fez parar até ao final da época, e foi aí que Martinez lançou mais um jogador, desta feita vindo das camadas jovens do clube, que se viria a revelar um médio fantástico, de seu nome... Joe Allen, atual jogador do Liverpool FC. Allen, reconhece nos dias que correm a influência de Bodde para o seu crescimento e afirmação como jogador de reconhecimento mundial.



   Contra todas as probablidades e com todos os especialistas elogiando o estilo de jogo, o Swansea terminou num improvável e respeitável 8º lugar na sua primeira temporada de volta à segunda divisão em mais de 20 anos, ficando um posto atrás do seu rival, Cardiff City. Os sinais eram positivos e a tendência parecia ser para melhorar. Até que... de repente, Roberto Martinez abandonou o clube, justificando-o pelo enorme amor que tinha ao mesmo. Somente isto. O homem que o trouxe para Inglaterra, Dave Whelan, decidiu que queria levar este futebol atraente para o Wigan. A única coisa que deixa os adeptos do Swansea amargurados foi a maneira como Martinez levou consigo a sua equipa técnica, e os recursos do clube, deixando o clube com meros ossos, tendo que ser reconstruído do zero.
       
      

   "- Brendan, quem?" Esta foi a pergunta mais escutada pelos adeptos do Swansea aquando da contratação do atual técnico do Liverpool, Brendan Rodgers. Rodgers não tinha sequer completado uma época em nenhum dos seus anteriores clubes (Watford e Reading). Esta escolha veio um ano após a partida de Martinez para o Wigan e imediatamente após Paulo Sousa que tinha sido o escolhido para suceder Roberto no Swansea. A sua passagem foi bastante agradável, mas marcada por ser ultra-defensiva.
   
Depois de um ano de mau estar no balneário sobre o regime de Sousa, tanto que a lenda Leon Britton deixou o clube, transferindo-se para o Sheffield United, para escapar do técnico português, Rodgers incutiu um ar de alívio para o campo e os jogadores passaram a divertir-se novamente. Apesar do futebol de passe de Martinez, Rodgers elevou-o a outro nível e fez da posse de bola o objetivo primordial da equipa. Os adeptos do Swansea tornaram-se amantes de todos os dados estatísticos. 

A porcentagem de posse de bola e a porcentagem de sucesso no passe, chegaram a um nível nunca antes visto no Championship, e além de ser ótimo de se assistir, o Swansea chegou facilmente aos playoff, fazendo do Liberty Stadium uma verdadeira fortaleza. Com a saída de Sousa, Rodgers voltou a resgatar Britton dos Blades em Janeiro, formando a parceria "Xavi-Iniesta", revestida em Allen e Britton, uma parceria que se tornou o ponto de apoio do jogo do Swansea. Foi na pele de Brendan Rodgers que a designação do "Estilo Swansea" foi alterada para "Swansealona", lembrando o tiki-taka do FC Barcelona, implementado por Pep Guardiola. Embora o Swansea não lutasse para vencer campeonatos, nem títulos europeus, este estilo de jogo foi fundamental para vencer a final, numa vitória emocionante sobre o Reading por 4-2. Swansea e o seu futebol espetáculo de posse de bola, eram pela primeira vez na sua história uma equipa de Premier League! Rodgers foi aclamado herói pelos The Jacks!

    


   Chegado à Premier League em 2011-2012, o Swansea era apontado pelos analistas como o mais forte candidato à última posição no lote das 20 equipas, levando mesmo alguns a afirmar que poderia vir a bater o record de menor número de pontos numa época nesta competição. Escusado será dizer, que mais uma vez osSwans surpreenderam tudo e todos!
   O famoso: "Eles jogam bom futebol, mas...", foi utilizado em cada frase relativa ao Swansea, e após um mau começo de temporada, muitos deles voltaram a escrever que o clube não era suficientemente capaz para permanecer no escalão máximo do futebol inglês. Até ao ano novo, o Swansea conseguiu colocar-se confortavelmente no campeonato, levando os analistas a não acreditarem no bom futebol que os Swansvoltaram a praticar. Após a assinatura de Sigurdsson, por empréstimo, o Swansea conseguiu finalmente estabilizar-se na classificação, que o diga Manchester City, Arsenal e Chelsea, clubes travados pelos Jacks.


   Finalizada a época, o Swansea acabou numa respeitável 11ª posição, e da forma mais elegante possível! Referir que este não é um clube com um milionário russo, ou um sheik árabe, mas tem sim um homem local e um fã do clube como presidente. Sendo por isso, um clube modesto, está à "mercê" dos "tubarões" que mais uma vez vieram alimentar-se do clube, desta feita, levando Brendan Rodgers, com destino ao Liverpool FC. Mais uma vez, os adeptos sentiram um rude golpe, mas de imediato se lembraram da saída de Martinez e de como Huw Jenkins conseguiu remendar a situação. Era nele que tinham que confiar!


        
   
   Quem iria Huw escolher neste momento para continuar a filosofia do clube? Um requisito que estaria certamente em lista de verificação gerencial de Jenkins, seria que o novo coach tivesse uma reputação de jogar futebol apoiado, de posse, de modo a não alterar significativamente o futebol positivo do clube. Gus Poyet, Ian Holloway, Dennis Bergkamp e Michael Laudrup, foram os nomes em cima da mesa. Este último, viria a ser o escolhido!
     
       


   Laudrup foi o mais perfeito dos jogadores, um dos maiores, mas o seu historial de gestão estava longe de ser perfeito ao chegar em Swansea. Feitos decentes no Brondby e no Getafe alinhados ao lado de prestações miseráveis ​​no Spartak Moscovo e no Mallorca no seu currículo. Em defesa de Laudrup, o seu tempo em Mallorca foi dificultado por uma situação paralisante financeira. Apesar de uma carreira às avessas, Laudrup chegou ao Swansea com uma reputação de bom futebol por os clubes onde passou. Trouxe consigo ex-jogadores dos seus planteis, habituados a jogar futebol de toque curto e rápido por ele desejado. O técnico dinamarquês assumiu que conhecia muito pouco sobre o seu novo clube, mas que depois de assistir a DVDs da campanha solitária do clube na Premier League, ficou muito impressionado. O resgate de Joe Allen pelo Liverpool a pedido de Rodgers, foi indesejado por Laudrup que viu assim o seu plantel enfraquecido. Para o melhorar, trouxe consigo Chico Flores e De Guzmán, dois jogadores com quem trabalhou no Mallorca e ainda o médio-ofensivo ex-Rayo, Miguel Perez Cuesta, mais conhecido por Michu, por uma quantia de apenas cerca de 2 milhões de euros, tendo em conta que foi um dos melhores marcadores da liga espanhola na temporada anterior, e o médio com mais golos, registando 15 tentos.
   E mais uma vez, o Swansea voltou a ser apontado pelos analistas para uma das últimas 3 posições da liga e respetiva despromoção... Com a primeira volta já jogada e mais 3 jogos da segunda volta, O Swansea terminou na Nona posição da Premier League com 46 pontos, terminando a frente de times como Fulham e West Ham. 

Apesar do grande campeonato feito pelos Cisnes, a temporada faltava um algo a mais, e veio, quando os comandados de Michael Laudrup ganharam de 5 a 0 no Bradford, e conquistou o primeiro título importante da equipe até então.

   O futebol de passe continua ligado ao Swansea, apesar do estilo de jogo ter tomado formas ligeiramente diferentes de "tiki taka" ao longo dos últimos 5 anos. Há ainda um longo caminho a percorrer e muito mais duros desafios pela frente, mas os primeiros sinais indicam que a filosofia Laudrup pode ser mais devastador ainda, combinando retenção de bola, com um futebol ofensivo e cruel, materializado pela adaptação surpresa de médio-ofensivo a avançado centro de Michu!



                                    


   Michu fez 22 gols ao serviço do Swansea! Uma marca incrível para um jogador que até então era um meia atacantena sua época de estreia . Este momento de forma que vem perdurando no tempo, valeu-lhe inclusive a convocatória à seleção espanhola, onde realizou a sua estréia pela La Roja, frente ao Uruguai, em jogo realizado no Qatar dia 6 de fevereiro de 2012.



                                   

   Em ano de centenário, o Swansea preparou-se bem e conseguiu a classificação na liga nunca antes conseguida e inclusive fazer ainda mais surpresas nas taças. O Swansealona promete continuar a apaixonar os adeptos de futebol por todo o mundo e ser cada vez mais eficaz!

A Tendência é o clube crescer mais e mais, após a ótima temporada de 2012/2013, O time contratou Wilfried Bony, que marcou 33 gols na temporada passada, e também assinou com o Meia Shelvey, uma promessa mas que não pôde mostrar muita coisa, já que jogou poucos minutos no Liverpool e agora tem a chance de mostrar seu futebol no time de Galês.

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